03 dezembro 2011

Banalização da Contracultura


Ando sem vontade de escrever, mas sempre surge alguma imbecilidade com a qual eu insisto em me importar. Tenho construído, mentalmente, diversos discursos e textos no caminho de ida e volta para a casa da minha namorada – que tenho feito a pé em função do preço absurdo do ônibus, o que é um assunto que talvez eu comente posteriormente – inclusive compus uma música, sobre o comportamento policial.

Mas isso não é o assunto o qual eu quero tratar agora. Nesse post, falarei sobre uma das coisas mais podres, alusivas a mentalidade de certos indivíduos, que se tem conhecimento.

Antes de tudo vou falar sobre as diferenças de movimento e cultura, no caso contracultura.

Cultura é uma síntese de valores e costumes que são seguidos por pessoas, dotadas de raciocínio lógico ou não, afinal, A Evolução é uma teoria – outro assunto para um futuro post.

Tendo o referido em mente, percebe-se que também existem junções de valores e costumes que, de alguma forma, não seguem ou impõem padrões, pelo contrário incentivam as diferenças de cada igual. Percebe-se a contracultura.

Na contracultura existem dezenas de ideologias. Essas ideologias quando atraem muitos simpatizantes formam movimentos. Agora, a diferença é que o movimento pode ser modista, ao passo que os sujeitos que realmente se identificam com a idéia têm papel na cultura, ou no caso, na contracultura.

Assim ocorreu com o Punk. Surgiu como uma proposta musical de oposição e evoluiu para um estilo de vida, um modo de pensar. Enfim não vou bancar o historiador.

O que eu quero esclarecer é: quando ouve o “boom” do Punk, choviam moicanos. Chutava-se uma moita e dois, três rolavam pra fora. Mas todos pertencentes ao grupo modista do movimento, os quais hoje, provavelmente com quarenta e poucos anos, não contribuem ou fazem parte da contracultura.

Visto o quão importante as idéias podem ser para as pessoas, analiso uma situação: surge um pequeno ser desprovido de testosterona e, ainda sim, autodenominando-se homem, vomitando a seguinte frase: “Porra, bróder, o fíndi foi pânqui!”. Ou então de forma mais repugnante ainda: “Vééééi, tu eh pânqui, fÈéÈrah!”.

Primeiro que chamar uma pessoa de “Muito Punk” é como chamar uma pessoa de “Muito estudante”, “Muito guarda de trânsito”, “Muito vigia”, “Muito descendente de italianos” entre outros exemplos.

Segundo, o termo Punk, que significa “vagabundo” no idioma inglês, que é pejorativo, foi adotado de forma irônica, não tendo qualquer intenção de sinonímia, uma vez que vagabundo é filhinho de papai que fuma maconha na USP (Vide gap-revolucionario.tumblr.com).


E por último, mesmo que usado no “Playboizêz” – aquele dialeto em que os mangolões usam palavras em inglês, numa frase em português, pra babar ovo dos gringos ou sei lá – levado ao pé da letra, a maioria das frases continuariam sem sentido:
“Manow, a prova foi pââânckê”. Como pode uma avaliação ser chamada de vagabunda?!

Não sei o que é pior, a vergonha alheia que sinto pela ignorância dos BURROS que insistem em defecar pela boca, ou o ardor da cólera que inflama meu crânio pelo mesmo motivo.

"Beat on the breat with a baseball bat"

O Punk é um modo de pensar. É um estilo de vida. É mais do que cultura, é contracultura. Todos os Punx DE VERDADE tratam o dito apotegma com seriedade, quando abordados e questionados sobre assunto e desta forma, queremos respeito quando escutar a palavra. Mesmo quando vinda de um leigo, o mesmo será tratado sem violência, mas com agressividade. Não se fala sobre o que não se conhece.

Tenho dito!

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